Segundo o secretário do Planejamento e Gestão,
Eduardo Diogo, todas as reivindicações dos militares foram atendidas.
Associações dizem que ainda há pontos para negociar
O Governo do Estado decidiu encerrar a mesa de negociação que
discutia as reivindicações de policiais militares desde o final da greve
da categoria, no início de 2012. “O Governo entende que cumpriu todos
os pontos acordados”, afirma o titular da Secretaria do Planejamento e
Gestão do Ceará (Seplag), Eduardo Diogo.
As reivindicações
estão reunidas no “Termo de Acordo e Compromisso”, assinado pelo Governo
e por representantes de associações militares em 10 de janeiro de 2012.
O secretário critica os líderes dos militares, a quem se
refere como “meia dúzia de pessoas que possuem motivações politiqueiras e
criminalescas”.
Diogo também ataca a manifestação de esposas
de PMs, realizada no último domingo, que impediu a saída de efetivo do
Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE). O titular da Seplag considera
a atitude como “o ápice da injustiça e irresponsabilidade”. Para o
secretário, a ação colocou em risco a segurança da sociedade no Dia das
Mães, com um Clássico-Rei sendo disputado. “O Governo não tem vocação
para ser marido traído confesso”, ironiza Diogo. E avisa: o Estado não
será mais pego de surpresa por manifestações dos militares e garante que
“usará o braço firme da lei” para evitar que episódios semelhantes à
greve voltem a acontecer.
Outro lado
Os
líderes das associações de PMs evitam falar em greve, mas consideram
que o diálogo com o Governo está cada vez mais difícil. Presidente da
Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar
do Ceará (Aspramace), o soldado Pedro Queiroz afirma que o secretário
mente ao dizer que todas as reivindicações foram atendidas.
A
avaliação de Queiroz é de que o clima na tropa é muito semelhante ao do
período que antecedeu à greve. “A insatisfação da categoria é dupla.
Por não ter as demandas atendidas e se sentir enganada pelas
autoridades”, diz o presidente da Associação de Cabos e Soldados
Militares do Ceará (ACSMCE), Flávio Sabino.
Capitão da PM e
presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do
Estado do Ceará (Aprospec), o vereador Wagner Sousa (PR) informa que uma
reunião agendada para ontem, no Cambeba, foi cancelada pelo Governo.
“Não enviaram ofício nem comunicado”, diz o vereador. As associações
também desconheciam a decisão de encerrar a mesa de negociação.
Saiba mais
Divergências
Secretário
do Planejamento, Eduardo Diogo informa que o Governo do Estado atendeu
os seguintes pontos de reivindicação dos militares:
1)
não instauração de processos administrativos contra os participantes da
greve; 2) extinção do processo que pedia a ilegalidade da greve; 3)
incorporação da gratificação do turno C para todos os policiais e
bombeiros militares (valor de R$ 920,18); 4) concessão de
vale-alimentação no valor de R$ 10; e 5) constituição de comissão
paritária para discutir reivindicações.
Além disso, o
secretário diz que o Governo também reestruturou a PM e concedeu
gratificação para policiais do Batalhão de Choque e Raio. Líderes das
associações de PMs cobram ainda a redução da carga-horária dos PMs para
42 horas semanais; novo código de ética; pagamento de horas extras;
promoção compensatória; e pagamento da parcela do reajuste previsto
para janeiro deste ano. O Governo informa que foi pago o valor
correspondente à inflação.
FONTE:
O POVO